Muitos veneram o sol e o efeito
bronzeado que ele deixa na pele. Mas não é raro a busca pela cor
perfeita durante o verão fazer com que os alertas para se proteger corretamente
dos raios solares sejam ignorados. Resultado: pessoas na praia ou na
piscina – resignadas embaixo de um guarda-sol – com a pele quase da cor
de um pimentão e muito ardida.
E quando não dá mais para prevenir,
resta buscar soluções para tentar aliviar a sensação incômoda. A
primeira delas, inclusive, precisa ser seguida à risca: depois do
torrão, nada de sol. “Se não tem como evitar a exposição, proteja-se com
roupas com trama mais fechada, de algodão, chapéus, óculos de sol e,
claro, protetor solar”, recomenda a dermatologista Maisa Nogueira
Cruzes.
O médico do serviço de Pele e Melanoma
do Hospital Erasto Gaertner Leandro Carvalho Ribeiro recomenda ainda a
aplicação de cremes hidratantes ou loção pós-sol para diminuir a
ardência na pele. “Se a dor for muito grande, um profissional pode
receitar analgésicos e anti-inflamatórios”, completa. Mas esqueça do
álcool. “Há quem use o produto porque pensa que suaviza a irritação, mas
o álcool acaba ressecando a pele”, adverte Maisa.
Quando a pele começar a descamar, nada
de ficar cutucando. Essas casquinhas devem se soltar com o tempo, pois a
camada de pele que está nascendo ainda é muito nova. O mesmo vale para
as bolhas, que não devem ser estouradas. Elas indicam uma queimadura
mais profunda, de segundo grau, que atinge parte da derme. “Nesta
situação, é melhor procurar um médico, que pode prescrever pomadas
específicas para o tratamento”, acrescenta Maisa.
Banho
Na hora do banho, o ideal é ajustar o
chuveiro para uma temperatura mais morna. “Como a área danificada está
muito sensível, não é bom esfoliar a pele”, ressalta a dermatologista. O
melhor é apostar em um sabonete líquido neutro, para não causar
irritações.
Nos casos em que a queimadura atinge uma
área maior do corpo, a pessoa também pode sofrer com insolação, e
apresentar dor de cabeça, mal-estar, febre e tontura. “É importante que
ela fique em um lugar mais ventilado e se reidrate com água de coco,
isotônico ou soro caseiro. Se os sintomas persistirem, levá-la
urgentemente ao pronto-socorro”, afirma Maisa.
Na infância
Atenção com os pequenos precisa ser redobrada
Tomar “torrões” na infância e
adolescência pode aumentar a incidência do risco de câncer de pele.
“Estudos afirmam que, nestas duas fases, uma ou mais queimaduras solares
com bolhas dobram as chances das pessoas desenvolverem melanoma”,
alerta a dermatologista Maisa Nogueira Cruzes. Se a criança se queimar,
as orientações são as mesmas que as para os adultos: não deixá-la
exposta ao sol, fazer compressas frias e aplicar cremes hidratantes
refrescantes.
Mas não deixe de proteger a criançada
com filtro solar com fator mínimo de 30, que só pode ser usado a partir
dos 6 meses. “Antes dessa idade, vista o bebê com roupas de algodão e
não esqueça do chapeuzinho”, orienta Maisa. Outra dica é apostar em um
guarda-sol de lona ou algodão. “Os modelos de náilon são pouco
eficientes, pois deixam passar os raios solares”, avalia a profissional.
Alerta
A longo prazo, o risco do temível câncer de pele
As queimaduras solares podem aumentar
consideravelmente as chances de desenvolver câncer de pele,
principalmente o melanoma, um tipo da doença que está relacionada com a
exposição aguda ou intermitente ao sol. “São aquelas pessoas que querem
ficar bronzeadas em cinco dias sem a proteção necessária”, exemplifica o
médico Leandro Carvalho Ribeiro, do serviço de Pele e Melanoma do
Hospital Erasto Gaertner.
A dermatologista Maisa Nogueira Cruzes
salienta que a dor e a vermelhidão causadas na pele devido à exposição
ao sol ocorrem porque a queimadura provoca uma inflamação na pele . “Sem
proteção, há um comprometimento da camada mais superficial da pele, a
epiderme, que fica avermelhada e com uma temperatura mais alta do que o
resto do corpo.”
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