Vacinação da Campanha contra a gripe |
É difícil encontrar quem não pense nas vacinas como meios de proteção destinados aos bebês e às crianças. A necessidade da imunização na infância já é reconhecida pela população, afinal ninguém deseja ver seus pequenos desprotegidos contra doenças infecciosas evitáveis. Mas quantos adultos que você conhece estão com a caderneta de vacinação em dia? Em 9 de junho, comemora-se o Dia Mundial da Imunização. A data lembra a importância da prevenção de doenças infecciosas por meio da vacinação, hábito que deve continuar após a infância, atingindo adolescentes, adultos e idosos.
Sarampo, catapora, caxumba, coqueluche, rubéola, meningite, difteria e tétano. A vacinação também é a melhor forma de proteção dos adultos e idosos contra estas doenças – comumente associadas à infância. Os programas de imunização desenvolvidos especificamente para adultos compreendem ainda outros males como HPV, hepatites A e B, pneumonia, gripe e febre amarela.
“As vacinas são substâncias derivadas de microorganismos (vírus ou bactérias) para as quais queremos criar defesas no organismo e podem evitar diversas infecções, que podem ser agressivas e letais na maturidade”, alerta Melissa Palmieri, diretora da Regional do Estado de São Paulo da Associação Brasileira de Imunizações (SBIm) e médica da Vigilância Epidemiológica do Município de São Paulo (SP).Quando adultos contraem algumas dessas doenças infecciosas imunopreveníveis, os sintomas podem ser muito mais intensos e as sequelas costumam ser graves. Em casos mais sérios, há risco de surgir esterilidade, danos neurológicos e pulmonares.
O sistema imunológico também envelhece
“Podemos dizer que há uma imaturidade fisiológica do sistema imunológico da criança. As células do sistema imune infantil vão amadurecendo à medida que são expostas aos agentes infecciosos”, afirma a especialista. Até cerca dos seis meses de idade, o bebê tem a proteção oferecida pelos anticorpos herdados na gravidez e também pelos passados por meio do aleitamento materno, esses anticorpos vão caindo até um ano de idade (período no qual o esquema vacinal primário é concluído usualmente).
Depois, sua imunidade vai amadurecendo até ter entre cinco e 10 anos de idade, quando atinge a plenitude. Por isso, que quanto menor a criança, mais doses de vacina ela precisa, além dos reforços vacinais.
O adulto também corre o risco de desenvolver quadros graves e complicações por doenças com as quais não teve contato ou proteção na infância. A partir dos 50 anos, como outros sistemas fisiológicos, a imunidade também começa a envelhecer e a resposta de defesa para novas doenças fica comprometida. “No adulto, vai acontecendo uma regressão progressiva no sistema de defesa: o número de anticorpos diminui, bem como a função das células de defesa existentes. Esse fenômeno é chamado de imunossenescência”, explica Melissa.
As doenças pneumocócicas (DPs) – grupo de infecções causadas pela bactéria pneumococo –estão entre as enfermidades para as quais o envelhecimento é um fator de risco primário devido à debilidade do sistema imunológico. Associadas a altas taxas de morbidade e mortalidade, as DPs são responsáveis por aproximadamente 1,6 milhão de óbitos a cada ano1 em todo mundo, a maioria em idosos e crianças menores de cinco anos.
As doenças pneumocócicas (DPs) – grupo de infecções causadas pela bactéria pneumococo –estão entre as enfermidades para as quais o envelhecimento é um fator de risco primário devido à debilidade do sistema imunológico. Associadas a altas taxas de morbidade e mortalidade, as DPs são responsáveis por aproximadamente 1,6 milhão de óbitos a cada ano1 em todo mundo, a maioria em idosos e crianças menores de cinco anos.
A pneumonia pneumocócica é a forma mais frequente em adultos deste complexo grupo de doenças2, que configuram um risco significativo para a saúde pública e podem ser evitadas por meio da vacinação.
A pneumonia é a principal causa de mortes por doenças imunopreveníveis no mundo3. Uma das opções para prevenção das DPs é Prevenar 13 – vacina antipneumocócica conjugada 13 valente produzida pela Pfizer –, que protege contra as doenças pneumocócicas invasivas e não invasivas. Trata-se ainda da primeira vacina conjugada a prevenir contra um dos tipos mais agressivos da bactéria pneumococo, o 19A, além de ser a única a abranger quase 100% dos sorotipos atualmente associados à chamada resistência bacteriana no Brasil.
Hoje, Prevenar 13 é indicada no País para lactentes e crianças até seis anos, oferecendo a mais ampla cobertura na imunização contra doenças pneumocócicas nesta faixa etária. A indicação para adultos acima de 50 anos está em aprovação na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
Desconhecimento dos riscos
Falta de conhecimento sobre as vacinas e as doenças por elas prevenidas, medo de agulhas e das reações dos imunizantes são os principais fatores que afastam os adultos da vacinação. “Se os pacientes soubessem os riscos a que se expõem quando deixam de se imunizar, bem como se tivessem informações sobre a segurança e eficácia das vacinas disponíveis hoje, certamente manteriam o calendário em dia. Cabe à comunidade médica conscientizar cada vez mais a população sobre os benefícios da imunização”, ressalta Melissa.
Grávidas podem se vacinar?
As futuras mamães também devem estar atentas ao calendário vacinal. “A gestante deve buscar orientação com o ginecologista, que prescreverá as vacinas permitidas levando em consideração tanto a gravidez e os riscos relacionados a cada doença quanto às imunizações anteriores”, orienta Melissa. Para ter mais informações sobre as vacinas recomendadas durante a gestação, é possível acessar o Calendário de Vacinação da Mulher, da SBIm, no link:http://www.sbim.org.br/sbim_calendarios_2011_mulher.pdf.
Vale ressaltar que, logo após o parto, também é recomendada a atualização das vacinas que a mãe não realizou durante a gestação. “Isto porque o organismo da mulher produzirá os anticorpos para as doenças contra as quais for imunizado e transmitirá estes anticorpos ao bebê por meio do aleitamento materno, contribuindo positivamente para o sistema imunológico da criança”, completa.
Fonte: Primeira Edição
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